Movimento
Novo protesto dos caminhoneiros está em construção
Assunto será tratado quinta-feira em reunião entre representantes; descontentamento é com os valores do frete e do óleo diesel
Gabriel Huth -
Uma nova paralisação dos caminhoneiros não está descartada por representantes da categoria no Rio Grande do Sul. Na quinta-feira, uma reunião na Federação dos Caminhoneiros Autônomos do RS (Fecam) deve tratar do tema, que já é assunto em grupos de WhatsApp e no boca a boca entre os motoristas. Caso seja confirmada a greve, a paralisação se iniciaria no próximo sábado, dia 30.
Conforme divulgou o jornal O Estado de São Paulo no final de semana, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) já trabalha no monitoramento de grupos de WhatsApp. O motivo da paralisação diz respeito a pelo menos duas reivindicações.
A primeira seria pelo cumprimento do piso mínimo da tabela de frete, que não estaria sendo cumprido por empresas e não há fiscalização por parte da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A segunda pauta é o preço do óleo diesel. Em Pelotas, preço do Diesel S10 varia de R$ 3,49 a R$ 4,13, conforme a Agência Nacional do Petróleo.
Petrobras
A diretoria da Petrobras anunciou nesta terça-feira mudanças em sua política de preços para o diesel. O reajuste passará a ter um prazo mínimo de 15 dias. Segundo o jornal a Folha de São Paulo, esta é a segunda mudança na periodicidade dos preços desde que a política de reajustes diários foi estabelecida, em 2017. Um modelo bastante criticado em 2018, e que culminou com a greve dos caminhoneiros. A estatal disse ainda que manterá o acompanhamento das cotações internacionais, com margens para remunerar os riscos de operação.
Divididos
Se de um lado a paralisação é uma possibilidade, outro grupo diz que se trata de boato. A divisão seria de grupos que são apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PSL) com grupos autônomos.
A Associação dos Proprietários de Caminhões de Pelotas (Aprocapel), que representa parte da categoria em Pelotas, defende que trata-se apenas de um boato. “Por enquanto é coisa de rede social. Não tem nada confirmado”, afirma o presidente da entidade, Nelson Vergara.
Nelson não nega o descontentamento da categoria com as condições de trabalho - valor do frete e óleo diesel - e informa que está participando de reuniões para “ajeitar a tabela de frete”. A ideia do grupo é formalizar uma proposta ao ministro de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas. Conforme Vergara, há distorções que precisam ser corrigidas.
“Bom não está. Está muito ruim. Não deslanchou. O preço do diesel subiu um pouco, não se manteve os acordos”, cita as expectativas da categoria na paralisação do ano passado.
Reunião decisiva
Já no Sindicato dos Caminhoneiros de Rio Grande (Sindicam), o assunto faz parte das conversas entre diretores e os motoristas. “Não está descartada uma paralisação”, comenta Giovani Simões de Sá, diretor-presidente e integrante da Fecam.
Uma reunião na quinta-feira, em Porto Alegre, vai definir qual serão os próximos passos da mobilização que quer diminuir o preço do combustível e buscar o cumprimento da lei que estabeleceu preços mínimos para diferentes tipos de frete e quilometragem. “Os caminhoneiros têm trabalhado abaixo do piso para cumprir as contas e obrigações. Terminam trabalhando mal, só gerando custo. Caminhão vai pedindo manutenção, estradas estão ruins. Existe um custo mínimo para bater arranque e se movimentar”, disse Giovani.
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